terça-feira, 27 de novembro de 2012

CLÁUDIA COSTIN, NÃO! PRESIDENTE DA UBES E MOVIMENTO EDUCACIONAL ASSINAM ABAIXO ASSINADO CONTRA NOMEAÇÃO DA PRIVATISTA CLÁUDIA COSTIN NO MEC

        Diferentes entidades e organizações não-governamentais estão fazendo campanhas na internet contra a possível indicação de Aloizio Mercadante para nomear Cláudia Costin como nova Secretaria de Educação Básica do MEC substituindo o até então secretário César Callegari que entregou o cargo.
     A Presidente da UBES, Manuela Braga assinou abaixo assinado que contesta a transferência da secretária municipal de Educação do Rio de Janeiro para o Ministério da Educação. Importantes setores da pedagogia no país manifestam profunda preocupação com a nomeação de Costin que foi ministra da Administração no governo Fernando Henrique Cardoso e esteve à frente de funções ligadas ao desmonte do Estado brasileiro.
No documento de oposição à indicação, Costin, por sua visão neoliberal e privatizante, vem no sentido contrário à educação que o movimento secundarista e demais entidades da sociedade defende para o desenvolvimento do setor no Brasil. Leia aqui a petição.
Para:Ministério da Educação, Sindicatos da Educação, Escolas Municipais, Estaduais e Federais, Universidades Públicas, Entidades Acadêmicas
A privatização do ensino público, a fragmentação do trabalho docente, a perda da autonomia dos professores, a submissão estrita aos cânones neoliberais têm sido implementadas por Cláudia Costin à frente da Secretaria Municipal da Educação na cidade do Rio de Janeiro.
Seu autoritarismo didático e de conteúdos, prescritos em cadernos e apostilas, emanado das orientações dos organismos internacionais, ampliam o abandono da educação básica da grande maioria da população, historicamente relegada à carência de escolas e, mais recentemente, à desqualificação da educação nas escolas existentes. Além disso, no Rio de Janeiro, professores, gestores e funcionários têm sido alvo de aliciação pecuniária, os bônus financeiros, através de remuneração extraordinária pelo desempenho dos alunos, traduzido em um percentual de aprovação de alunos nas turmas e no conjunto da unidade escolar, como compensação aos baixos salários.
Não por caso, quando ministra da Administração Federal e Reforma do Estado no governo FHC, foi uma das responsáveis pela idealização e implementação do desmonte do Estado, incluindo-se aí as privatizações ou a venda do país e a quebra da estabilidade dos servidores públicos.
Se confirmada Cláudia Costin à frente da Secretaria de Educação Básica, é esperada a descaracterização da educação fundamental e média com o apagamento do professor e do aluno como sujeitos históricos. Costin faz parte de um grupo de intelectuais que segue a férrea doutrina do mercado, onde tudo vira capital, inclusive as pessoas. Não mais a educação básica, direito social e subjetivo, mas escola fábrica de capital humano. Uma versão bastarda do ideário republicano de escola, como a define Luiz Gonzaga Belluzzo, em brilhante texto na Carta Capital de 29.08.2012. Esta visão bastarda de educação objetiva apagar qualquer senso crítico dos alunos. Trata-se de transformar, para Belluzzo, recorrendo a Marshall Berman, a ação humana em repetições rançosas de papéis pré-fabricados, reduzindo os homens a indivíduos médios, reproduções de tipos ­ideais que incorporam todos os traços e qualidades de que se nutrem as comunidades ilusórias.
Delegar à administradora esse setor vital da educação brasileira é declinar de todos os embates e propostas da educação para ter uma política própria de educação básica como formação humana, em favor do tecnicismo e da intervenção de grupos privados no interior das escolas públicas.
Professores, pesquisadores estudantes e suas entidades representativas vêm, publicamente, protestar contra o arbítrio economicista, degradante e mutilador para a educação das gerações de jovens da educação básica que sua presença na SEB traria à educação básica, não apenas na cidade do Rio de Janeiro, mas em todo Brasil.
Assinado pela presidente da UBES, Manuela Braga.

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